Os Mutantes. Os Mutantes.




1. Panis et Circenses.

Eu quis cantar uma canção iluminada de sol, soltei os panos sobre os mastros no ar, soltei os tigres e os leões nos quintais, aas as pessoas na sala de jantar, são ocupadas em nascer e morrer.

Mandei fazer de puro aço luminoso, um punhal para matar o meu amor e matei as cinco horas na avenida central, mas as pessoas da sala de jantar, são ocupadas em nascer e morrer.

Mandei plantar folhas de sonhos no jardim do solar, as folhas sabem procurar pelo sol e as raízes procurar, procurar, mas as pessoas da sala de jantar, essas pessoas da sala de jantar, mas as pessoas da sala de jantar, são ocupadas em nascer e morrer. Essas pessoas da sala de jantar…


2. A minha menina.

Ela é minha menina, eu sou o menino dela, ela é o meu amor e eu sou o amor todinho dela. A lua prateada se escondeu e o sol dourado apareceu, amanheceu um lindo dia cheirando a alegría pois eu sonhei e acordei pensando nela, pois ela é minha menina e eu sou o menino dela, ela é o meu amor e eu sou o amor todinho dela.

A roseira já deu rosas e a rosa que eu ganhei foi ela, por ela eu ponho o meu coração na frente da razão e vou dizer pra todo mundo como eu gosto dela, pois ela é minha menina, e eu sou o menino dela, ela é o meu amor, e eu sou o amor todinho dela. A lua prateada se escondeu e o sol dourado apareceu, amanheceu um lindo dia cheirando a alegría pois eu sonhei e acordei pensando nela, pois ela é minha menina e eu sou o menino dela, ela é o meu amor e eu sou o amor todinho dela.

Ela é minha menina, ela é minha menina…


3. O relogio.

Meu relógio parou, desistiu pra sempre de ser, antimagnético, vinte e dois rubís. Eu dei corda e pensei que o relógio iria viver pra dizer a hora de você chegar.

Não andou e eu chorei, dois ponteiros parados a rir, são à prova d'água, vinte e dois rubís. Que vantagem eu levei, em ter um relógio, que é suiço ou inglês, sem andar. A que horas você vai chegar?

E no mar me atirei, com o relógio nas mãos eu pensei, ele é à prova d'água, vinte dois rubís.


4. Adeus Maria Fulo.

Adeus, vou me embora meu bem, chorar não ajuda ninguém, enxugue seu pranto de dor que a seca mal começou, adeus, vou me embora meu bem, chorar não ajuda ninguém, enxugue seu pranto de dor que a seca mal começou. Adeus, vou me embora Maria Fulô do meu coração, eu voltarei qualquer dia e só chover no sertão, e os dias da minha volta eu conto na minha mão.

Adeus Maria Fulô, marmeleiro amarelou, adeus Maria Fulô, olho d'água estorricou. Adeus, vou me embora meu bem, chorar não ajuda ninguém, enxugue seu pranto de dor que a seca mal começou, que a seca mal começou, que a seca mal começou.


5. Baby.

Você precisa saber da Piscina, da Margarina, da Carolina, da Gasolina, você, precisa saber de mim, baby, baby, eu sei que é assim, baby, baby, eu sei que é assim.

Você precisa tomar um sorvete, na lanchonete, andar com a gente, me ver de perto, ouvir aquela canção do Roberto, baby, baby há quanto tempo, baby, baby há quanto tempo.

Você precisa aprender inglês, precisa aprender o que eu sei, e o que eu não sei mais, e o que eu não sei mais, não sei, comigo vai tudo azul, contigo vai tudo em paz, vivemos na melhor cidade da América do Sul, da América do Sul, você precisa, você precisa, você precisa, não sei, leia na minha camisa, baby, baby, I love you, baby, baby, I love you.


6. O senhor F.

O senhor F vive a querer ser senhor X, mas tem medo de nunca voltar a ser o senhor F outra vez. O senhor X e o herói que na TV, nunca perde o seu chapéu e faz o senhor F sonhar.

Sonhar em ter pros outros, ver olhos azuis, ter um carro igual ao de X e conquistar a mulher do patrão. Dê um chute no patrão, dê um chute no patrão, dê um chute no patrão.

Você também quer ser alguém, abandonar, mas tem medo de esquecer o lenço e o documento outra vez. Dê um chute no patrão, dê um chute no patrão, dê um chute no patrão.


7. Bat Macumba.

Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá…


8. Le premier bonheur du jour.

Le premier bonheur du jour c’est un ruban de soleil qui s’enroule sur ta main et caresse mon épaule, c’est la souffle de la mer et la plage qui attend, c’est l’oiseau qui a chantée sur la branche du figuier.

La premier chagrin du jour c’est la porte qui se ferme, la voiture qui s’en va, le silence qui s'instale, mais bien vite tu reviens et ma vie reprend son cours, le dernier bonheur du jour c’est la lampe qui s’éteint.


9. Trem fantasma.

Quatrocentos cruzeiros, velhos compram com medo das mãos do bilheteiro, as entradas do trem fantasma ele e a namorada, ele não pensa em nada, ela fica assustada. Quatrocentos cruzeiros de força arrastam o rapaz e a moça para o lugar em cinemascope brilhante, a montanha gigante de generais verdejantes e aparece distante o trem no espelho brilhante, desde o primeiro beijo arrebenta o espelho.

Quatrocentos cruzeiros, quatrocentos morcegos de força o beijo, o rapaz e a moça, o trem dentro d'água, a piscina parada, ela não pensa em nada, ele pensa e não diz onde tem muita água tudo é feliz, o primeiro beijo, quatrocentos cruzeiros, zé quarenta HP's de emoção o zé do caixão traz os bichos da criação.

Até o portão e, terminou a sessão, quatrocentos cruzeiros, velhos compram com medo, ele e a namorada, ela não pensa em nada, ele pensa em segredo, ele pensa em segredo, ele pensa em segredo.


10. Tempo no tempo.

Há sempre um tempo no tempo em que o corpo do homem apodrece e sua alma cansada, penada, se afunda no chão, e o bruxo do luxo baixado o capucho chorando num nicho capacho do lixo, caprichos não mais voltarão. Já houve um tempo em que o tempo parou de pasar e um tal de homo sapiens não soube disso aproveitar, chorando, sorrindo, falando em calar, pensando em pensar quando o tempo parar de pasar.

Há sempre um tempo no tempo em que o corpo do homem apodrece e sua alma cansada, penada, se afunda no chão, e o bruxo do luxo baixado o capucho chorando num nicho capacho do lixo, caprichos não mais voltarão. Mas se entre lágrimas você se achar e pensar que está a chorar; este era o tempo em que o tempo é.


11. Ave Gengis Khan.

Ave Gengis Khan, Ave Gengis Khan. Ave Gengis Khan, Ave Gengis Khan.


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Año: 1968.
Procedencia de la banda: São Paulo, Brasil.
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